quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

ROTINA DO HOSPITAL - A ÚLTIMA

“À noite, meu marido lindo traz “a janta” ou um lanche. Comemos, escovo os dentes, assistimos um pouco TV e ... bed time! (ou melhor, sleeping  time, porque bed time é o dia inteiro...rsrs).
Finalmente terminei de descrever a minha rotina diária!!!
Sobre a madrugada nem preciso falar, pois eu e o Airton dormimos a noite toda, com uma breve interrupção as 5  e meia da manhã, quando uma enfermeira vem aferir os dados vitais. Eu conheço rotina de hospital,  e sei que é pra ‘ seguir o protocolo’, mas... em 20 dias  internada não houve uma só vez que tive febre, pressão elevada ou alterações da freqüência cardíaca ou respiratória. Precisam mesmo me acordar todos os dias às 5 horas? É claro que nem vou questionar isso! Eles estão fazendo o trabalho deles.  E se eu sou a PACIENTE, tenho que ser no mínimo paciente!!!!”
Pessoas, estou feliz com meu blog! Aos pouquinhos, mais gente o conhece e recebo mensagens carinhosas! Obrigada a todos vocês!!
Abraços!!
Renata

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

FRAGMENTOS

“12 de Abril – 19º dia de internação.
Sinto saudade da Bella e da minha casa. Mas estou feliz por termos vencido quase 3 semanas, o que faz total diferença na gestação.  Fizemos uma USG há três dias e o Kenzo já está com 700 g, bem bom para a idade. E o colo uterino parece estar mantido, ou talvez um pouquinho mais curto. Daqui a 2 dias, iremos comemorar 25 semanas completas de gestação. Cada dia é importante! Chegar a 26, 27, 28 semanas será fundamental!!  Estou muito confiante!

(...)

A tarde é mais cansativa e demora a passar. Após as 15 ou 16 horas, já estou precisando de outro banho... mas banho no leito é só um por dia!
Não consigo dormir durante o dia. Apesar de passar o dia todo na cama, durmo por volta das 22:30 e 23 h e acordo entre 6 e 7 horas, como sempre. Durmo muito bem à noite! Por isso, acordo renovada, como se não estivesse deitada há 19 dias!

(...)

Dra. Larissa acabou de sair do quarto. Ela sempre vem pela manhã e à noite (às vezes à tarde também, ou pelo menos liga). Disse que está tudo bem com o Kenzo e que o colo do útero está estável!!
O mais legal foi que ela contou que,  ontem à noite,  acendeu uma vela em um prato de mel e colocou nosso nome sobre o mel: meu, do Airton e do Kenzo. Olha que médica do bem! Que gracinha! Como se não bastasse a seriedade e a competência que ela tem demonstrado, ainda vai além, com atenção, carinho, sensibilidade... Que bom que Deus põe as pessoas certas no momento certo na vida da gente!!”

That’s all for now, folks!
Re

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

BELLA

“Bella é nossa cadela shi-tzu de 5 anos. Uma fofa! Está comigo desde que tinha 32 dias de vida e apenas duas presinhas apontando. Era banguelinha. Eu, inexperiente de tudo para cuidar de cães (principalmente os “neonatos”), comprei ração de filhote, mas nem me lembrei que ela não iria mastigar, pois não tinha dentes! A coitadinha, na fome e sem ter outra opção, comeu assim mesmo. Amanheceu vomitando muito e pálida, abatida, largada no chão... Fiquei apavorada! Eu tinha que ir trabalhar, não tinha ninguém pra ficar com a bichinha... Liguei para uma amiga que tinha dois cãezinhos da raça Maltês e ela me indicou um veterinário. Eu morava em Ribeirão Preto, onde fazia Residência Médica na Dermatologia da USP.
Enfim, levei a pequena Bella quase desfalecida ao consultório do Dr. Pedro. A Clínica nem estava aberta, mas deixei-a com a faxineira e dei todas as orientações. Fui trabalhar e só pude buscá-la umas 4 horas depois. O médico veterinário já a havia atendido e ela estava bem melhor. Ele então me deu as orientações de como alimentá-la corretamente nesse período de transição, até que ela tivesse dentinhos para mastigar a ração.
O Dr. Pedro era um dos veterinários mais experientes de Ribeirão Preto, quando o assunto era pequenos animais.  Ele tinha (acho que ainda tem) uma Clínica, com consultório, internação, centro cirúrgico. Lá não havia produtos à venda, não era Pet Shop, não tinha banho e tosa. Ele era mesmo médico de animais. Sempre usava branco e estava impecavelmente limpo e cheiroso, com o cabelo bem cortado e penteado. E era um doce com os cãezinhos. Sempre que chegávamos para vacinar, ele pegava a Bella no colo, fazia festa, pedia beijo e falava: ‘- cadê a Bellinha do tio?’. Eu me sentia a própria mamãe orgulhosa, levando a filhinha ao pediatra carinhoso.  Por várias vezes, sem perceber, me referia ao Dr. Pedro como o “pediatra” da Bella, ao invés de dizer “veterinário”. Ato falho total, mas justificável!!!”
Nota atual: enquanto transcrevia esse trecho do caderno para o notebook, Bella deitou-se ao meu lado, toda cheia de carinho, com a cabeça no meu colo (estou sentada no chão) e me olhando nos olhos. Parece que sabe que estou falando dela...
Até o próximo! Lambidas a todos!!
Re

ANIVERSÁRIO DE 5 ANOS DA BELLA

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

MOVIMENTO VIVA KENZO

“Após o almoço, Airton fica comigo uns minutinhos e se vai para a lida diária. Minha mãe vem à tarde e ficamos batendo papo,e  fazendo a declaração do imposto de renda!! Também recebo algumas visitas queridas que me trazem livros, revistas, DVDs, além de chocolates, tortas, frutas... Huumm!! Como é bom ter amigos!
Ontem a Raquel passou a tarde toda comigo. Trouxe um livro lindo que já comecei a ler (Gestação à luz do afeto – A. Sabino) e também chocolates trufados que ela mesma faz, com muito capricho! Foi tudo uma delícia! Conversei tanto que tive dor de garganta à noite. Há Há!
Nota atual: Raquel é uma grande amiga há muitos anos (20 anos, pra ser exata !!! ). Ela faz chocolates artesanais e tem um blog, o Le Petit con Chocolat ( http://www.conchocolat.com.br/ ). Pra quem mora em Uberlândia e ainda não conhece suas gostosuras, vale a pena experimentar!!!
(...) esses parênteses indicam fim de uma anotação e início de outra, por isso os textos podem não ter coesão. Podem ter sido escritas no mesmo dia ou em outro, não me lembro. Quase sempre, começava escrever colocando a data, mas nem sempre...
Faço fisioterapia 2 vezes ao dia, para mobilizar as articulações, evitar risco de trombose e também para estimular os pulmões, já que a ausência total de exercícios físicos pode deixá-los pouco utilizados e isso causar perdas funcionais com o tempo. Faço também alongamentos no pescoço. Meu convênio cobre tudo isso. Se eu estivesse em casa e tivesse que arcar com todas essas despesas, seria bem mais difícil.
(...)
Estou chamando tudo isso de ’Movimento Viva Kenzo’. Tirando eu que, ao contrário, quase não me movimento, todos ao meu redor  tiveram que se mobilizar para se adaptar à nova fase. Principalmente meu marido. A nossa rotina mudou muito! Ele continua cuidando da loja e das coisas dele, mas passou a assumir algumas das minhas funções em casa, como fazer compras (ele sempre ajudou, mas agora é só com ele!), dar orientações à funcionária, sair para passear com a Bella diariamente e levá-la para tomar banho uma vez por semana.”
Bella é o assunto do próximo post. Até lá!
Beijos!
Renata

domingo, 9 de janeiro de 2011

A VIDA NÃO PARA

“Uberlândia, 09 de abril de 2010. Hospital Santa Clara, quarto 34
Mudei  de quarto há 5 dias, pois choveu uma noite inteira e apareceu uma goteira gigante sobre a sofá onde o Airton dorme. Então, na mudança, guardaram meu caderno longe do meu alcance. Há dias não escrevo!
Toda quarta-feira, fazemos aniversário.  Há 2 dias comemoramos 24 semanas de gestação!  A Dra. Larissa (minha obstetra) trouxe bolo de aniversário (gracinha!).
Estamos, a cada dia, mais confiantes de que, desta vez, vai dar certo e o Kenzo virá viver conosco nesse mundão!
Esta semana, veio uma manicure fazer pé e mão. Chamei também uma amiga, a Andréia, que é esteticista e veio fazer drenagem linfática e massagem relaxante (olha que chique!). É que agora moro aqui, né. Essa cama é meu refeitório, banheiro, dormitório, sala de TV e de estar.  Então, tenho que me adaptar.
Tenho resolvido muitas coisas por telefone. Minha secretária vem umas duas ou três vezes por semana, paga minhas contas,  resolve problemas no banco, no contador, na Prefeitura, no consultório, no INSS (ontem veio o perito para que eu consiga o auxílio-doença, já que contribuo pra isso, né).
Estou ainda correndo atrás (não literalmente, é claro!) de reformar um novo consultório, o que já estava nos planos, mas com o afastamento precoce do trabalho, resolvi começar antes também.
Apesar da imobilidade, a vida não pára! (este acento foi retirado na última revisão ortográfica? Acho que sim.) Então, retificando: a vida não para!"
Até breve!
Renata

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

ROTINA DO HOSPITAL III – A comadre

“Após devaneios filosóficos, volto à segunda metade do meu dia: almoço por volta do meio-dia, na maioria das vezes o que o Airton traz (Eliete, nossa funcionária, faz saladas bem variadas e sempre me liga de casa perguntando o que eu quero para o almoço. Mordomia, hein! Mas eu deixo pra ela escolher, e ela manda refeições também variadas, uma delícia!). Poucas vezes, comi a refeição do hospital, que não é ruim, mas tem pouca salada (na verdade, um punhadinho de alface cortada bem fininha e duas rodelas de tomate por cima, e só). Então, prefiro comer a comida de casa.”
Nota atual: eu tinha uma preocupação muito grande com a minha alimentação, primeiro porque não sou imune à toxoplasmose e não podia correr o risco de comer alimento contaminado. Segundo porque eu não podia ficar com o intestino preso, já que não podia fazer força (pra não aumentar a pressão dentro do abdome e abrir mais o colo do útero). Então, imaginem  ter que fazer o número 2 na comadre, e deitada!?  E depois ter que pedir pra enfermeira, pra mãe ou pro marido retirar a bacia “recheada”...argh! inibe até o reflexo de evacuação... mas eu não podia me dar a esse  luxo, eu tinha que evacuar!!! Pra não ter que fazer força depois! Acho que essa foi a maior dificuldade nos primeiros dias de internação, pois eu precisava fazer um enorme esforço mental e o mínimo esforço físico, mas me adaptei logo e, sem pudor algum, tocava a campainha e pedia a comadre a ser “recheada”...
Renata