sexta-feira, 25 de março de 2011

DIA HISTÓRICO

25 de março. Não há mais como passar despercebido. Nos dois últimos 25 de março eu estava sendo internada no hospital para: em 2009 ter que tirar um bebê (a Isabela) e, em 2010 ficar 76 dias em repouso absoluto para ter um bebê (o Kenzo).
O mais delicioso foi me dar conta da data no final da manhã, no último minuto de uma corrida de 5 Km (sim! eu corro! comecei há 4 meses). Fiquei arrepiada de emoção! Por vários motivos, mas principalmente por estar correndo naquele momento (e pensar que nos dois últimos anos eu estava numa cama de hosptal nessa data). Passei por aqui para dividir essa emoção!
Beijos e até!!
Re

quarta-feira, 23 de março de 2011

NO LIMITE

“Pra completar a semana, tive uma crise de vertigem rotatória como nunca tive na vida: acordei às 4 h da manhã pra urinar na comadre. Com um simples movimento da cabeça, meu mundo girou! Tive a sensação que eu ia cair, embora eu já estivesse na cama. Pensei: algo não está normal. Avisei ao Airton que eu não estava bem e o pedi que chamasse a enfermeira. Pressão normal, batimentos cardíacos também. Tentei me virar de lado para ver se melhorava e... tudo rodou! Pior! Muito pior! Que terrível sensação! Que mal-estar era aquele? O que estava acontecendo? Caí no choro de novo! De desespero! Ligaram para a médica, que sugeriu que verificassem a glicemia, mas estava normal. Fiquei bem quietinha, sem me mover, até amanhecer.  Aí fui avaliada por um Otorrino (Dr. Alexandre) e um Neurologista (Dr. Maykell). Conclusão: vertigem de origem periférica (ou seja, extracerebral, que alívio!), provavelmente causada pela imobilidade. É como se o corpo se esquecesse de alguns movimentos do pescoço. E quando realizei tais movimentos ativei alguns receptores meio esquecidos. É muito louco! Dizem que ansiedade piora isso.
Eu não disse que imobilidade não é descanso? Fiquei realmente doente essa semana. Vomitei algumas vezes, de tanta tontura. E, após o primeiro dia, com o estômago revirando, tontíssima, recusei comida e banho (e olha que pra eu recusar comida e banho a coisa tem que estar feia!)... comecei a melhorar. Ainda estou um pouco tonta quando movimento a cabeça, mas não mais aquela sensação de tudo girando. Estou bem melhor!
Mas, vamos às boas notícias: USG de ontem, Kenzo tá um côco! Pesando 1.680g. Dra. Josina, da UTI neonatal veio me ver essa semana e disse pra eu ficar tranqüila, pois se ele nascer agora terá que ficar uns dias no hospital, mas só pra comer e dormir. Não há mais risco! E disse pra Larissa (minha médica) me aliviar, começar a erguer a cabeceira e não mais tomar medidas drásticas pra evitar o parto. Ela ainda perguntou: ‘ como ela ainda consegue comer deitada com aquele barrigão?’. Pois é. Ando tendo muito refluxo e queimação e está difícil me alimentar ultimamente.
Mas aí, então, a Larissa decidiu começar a elevar a cabeceira. Foi uma delícia!! Fiquei um pouco tonta por uns minutos, mas me adaptei. Levantou só um pouquinho, mas já consigo ver a TV sem ter que dobrar o travesseiro e colocar os óculos na pontinha do nariz. Hehe!
“E o que é que a gente não faz por amor?”
Ah, lembra daquela história de me acordarem às 5 horas para aferirem os dados vitais? Há uma semana me rebelei e dispensei a rotina! Chega! Quero dormir até as 7 h!!”
Nota atual: foi ficando difícil! Mas quando ficou insuportável, já era hora de recomeçar: a levantar, a andar, a fazer as atividades como uma pessoa ‘normal’.  Daqui pra frente é rehab e aguardar a vinda do bebê. Mas ainda há mais emoções! Aguardem!
Beijos!
Renata

quinta-feira, 10 de março de 2011

QUARTO 67: A SOLITÁRIA

“28/05/10                           65º dia de internação
                                               31 semanas + 2 dias
                Se eu acho isso um sacrifício? SIM! Até alguns dias atrás eu sentia-me fisicamente bem e era a hiperatividade mental que me cansava.
                Mas a última semana foi a mais difícil de todas: me mudaram de quarto de novo pois estavam reformando o setor no qual eu estava. Me colocaram no quarto 67. Pequeno, escuro, com apenas uma janelinha de frente pro banheiro e que ficava na mesma parede da cabeceira da cama. Eu não conseguia ver lá fora, mas mesmo que conseguisse, disseram que a vista era para um muro. A lâmpada tinha que permanecer acesa o dia todo ou eu ficava na penumbra. Não tinha luz natural, não ventilava, não batia sol. Pra completar, era sábado, haviam apenas duas  enfermeiras para vários pacientes, atrasaram minhas medicações mais de 2 horas, me deixaram o dia todo sem banho, e ainda por 20 minutos com a comadre cheia de cocô em cima da cama, e por último, quando retiraram, lavaram a comadre na pia do banheiro!!! (eu vi, pois a vista da cama era a porta do banheiro!). Tive uma crise de choro daquelas!
                Eu não sou muito de reclamar, sabe. Se eu estivesse internada por um, dois ou três dias, eu jamais teria me incomodado tanto com aquele quarto, mas eu já estava aqui , confinada ao leito, por 60 dias! E sem previsão de alta. Então fiquei louca! Pensei: se eu ficar nesse quarto por 3 dias, entro em depressão. Se eu já me sentia numa prisão, aquele quarto era a solitária...
                Mas já que quem não chora não mama  (e eu chorei muito!), após a crise me arrumaram um apartamento incomparavelmente melhor, beeem mais amplo, arejado, com uma janelona perto da cama, da qual posso ver o céu, os prédios do centro da cidade, ouvir o barulho dos carros na rua e até ver o balanço das folhas de algumas árvores lá longe (faz tempo não via árvores). É o mínimo que pode querer quem não sai da cama há mais de 2 meses.”
A pior semana de todas ainda não acabou. Vem mais por aí no próximo  post!
Até!
Renata

COMENTÁRIO SOBRE A CHITA

Gente, esqueci de fazer umas considerações sobre a Chita: quando ganhei esse bichinho de pelúcia, me apeguei de maneira exagerada e estranha a ele. Passava o dia e a noite abraçada a ele. Por vezes, me pegava acariciando e fazendo um "cafuné" no bichinho... eu pensava na Bella e abraçava a Chita. Na época, me lembrei do filme Náufrago e percebi que a Chita estava para mim como Wilson estava para Tom Hanks...kkk
Assim, entendi que o ser humano tem uma enorme necessidade de relacionar-se. E uma enorme necessidade de afeto.
No hospital, ficava muitas horas sozinha, principalmente à tarde. Por vezes, até 5 ou 6 horas sem entrar ninguém no quarto (nem enfermeiras ou o pessoal da limpeza). Então eu lembrava que grávida nunca fica sozinha: Kenzo esteve o tempo todo comigo e eu conversava muito com ele, mas não dava pra abraça-lo, então eu abraçava a Chita!
Beijos!
Renata

quinta-feira, 3 de março de 2011

MIM TARZAN, VOCÊ CHITA

“Minha irmã mora em Brasília e está grávida da Rafaela, com 39 semanas e 1 dia. Vai fazer cesariana em 4 dias.
Durante esse período de internação, ela, meu cunhado e meu sobrinho de 4 anos estiveram me visitando por 2 vezes: na Páscoa e no Dia das Mães ( a louca pegou a estrada com quase 38 semanas de gestação. Trouxe até a malinha do bebê).
N.A: No dia das Mães, a Dani (minha irmã) me deu flores lindas e um bichinho de pelúcia, que batizei de Chita, porque achei que era um macaquinho. Depois, meu marido falou que não era macaco, pois não tinha rabo de macaco e nem mãos de macaco. Era uma ovelha. Pra cada um que entrava no quarto eu perguntava que bicho achavam que era e aparecia de tudo: urso, macaco (não fui a única!),  sei lá... semanas depois, minha sobrinha Fernanda (a mais esperta de todos!) enfim decifrou: não era nem ovelha, era um carneiro!!! Mas, o carneirinho, coitadinho, continua a ser chamado de Chita e dorme com o Kenzo no berço todos os dias!


22/05/10 – sábado. Rafaela nasceu com 3358 g e 49 cm, fofa e cabeluda! E parece a madrinha! Eu! Rsrs.”
 See you soon!!
Re